estar com as defesas o tempo todo levantadas gera muitas crises quando não há nada contra o que se defender.
às vezes nos acostumamos às situações difíceis da vida, e aos padrões de comportamento que nos quebraram por dentro. nos acostumamos a estar quebrados e isso se torna parte de nós.
porém, às vezes começamos a sarar. o que era pra ser algo maravilhoso se torna uma parede em branco que fitamos continuamente até decidirmos o que fazer agora.
nos acostumamos tanto à dor, que a cura sufoca por ser estranha.
me acostumei não a estar, mas a ser ansiosa. me acostumei à melancolia, achava que era quem eu era, e por mais que não estivesse tudo bem, o costumeiro traz conforto.
um dia minhas feridas começaram a sarar e me vi perdida. perdida por não saber lidar com o bem-estar, perdida por não saber o que é continuamente estar bem.
hoje quando um dia inteiro fugiu do meu completo controle, não me vi ansiosa e isso me assustou. por horas eu fiquei esperando a ansiedade como se ela estivesse escondida atrás de uma esquina, só esperando eu passar pra me tragar. mas ela não veio. felizmente ela não veio.
eu olhei para o caos e aceitei o fato de não ter controle sobre ele. agradeci a Deus por ter condições de contornar o caos daqui há alguns dias. entendi que eu precisava passar por ele pra olhar mais de perto a cura, e não somente isso, eu também abracei o caos.
aceitei que as coisas fugirão do meu controle muitas vezes, e que a ansiedade continuará escondida atrás de uma esquina, mas - assim espero- nem sempre irá me tragar.
eu me acostumei à ansiedade, agora me cabe acostumar a não tê-la mais. irei me acostumar ao bom, a saber lidar com as dificuldades. irei me acostumar a abraçar o caos, pois agora não me escondo mais dele, mas sim andamos de mãos dadas.
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